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terça-feira, 20 de agosto de 2013

Do leve

De maneira doce,
de maneira leve
De maneira doce
Com meu corpo leve.
Segue,
meu olhar leve
Fica,
de maneira doce
Pede
Que eu fique leve
Vinha
me chupar o doce
Mede
o quão doce é o leve.

Ao redor, Mulher.

desenho por: Gabriela Neri.

Quando eu acordo no meio desprovido delas.
Ânsia.
Quando juntas me esmagam com suas falas depravadas, me fascinam.
Buscam mãos em gestos casuais, buscam fala no silêncio,
silêncio corrompido de bancos e saltos, nele, sentado, eu.
No meio, em torno, elas. Todas elas.
brancas, negras, ruivas e loiras.
Ouvi-las é experimentar o sabor de cada fruta
Jabuticaba, melão, tangerinas e lichia.
Escorre esse sumo por mim,
Dentro, o sabor saboreado de maneira doce
Fora, a casca, poca...
Quando poca, abre.
Me abre junto, me acaricia a fundo.
E de uma conversa sobre tudo eu me lavo do mundo.
E se antes era imundo, agora parece que durmo em sono profundo
sem a presença constante delas. S
Sempre plural, derramando sobre mim a anti-existência das.

Acordo de um pesadelo terrível, em que eu me tornava ela.
Sem poder vê-las, pois agora sendo ela, sou somente ela.
E sem olhar, não sinto. Não me sinto.

Acordo, viro de lado e peço.
Respire em meu pescoço e coma uma amora.
Quando colorir a boca de amora escorrente,
coma uma melancia se limpando.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Adentrar em você

Quero me mover adentro de você 
Te rebolir por dentro, quero te conhecer 
Vou ver se teu sabor tem gosto de uva 
Quero me pendurar por teu corpo inteiro 
Fazer de seu braço, galho pra eu poder cochilar 
Olhar para o teu rosto e ver um mundo sem roteiro 
E subindo rastejando te envolver sem machucar. 
Eu quero lhe abrir como se fosse uma caixinha 
E guardar várias coisas, coisas que são minhas 
Pra quando eu notar, minha caixa não ser mais minha. 
Eu quero adentrar com um canudo em teus olhos 
Sugar a sua vista que parece a de um fotógrafo 
Depois iria embora, como quem deixa recado 
Você ficaria louco, meio atordoado 
Só que eu não iria embora 
Iria fumar um cigarro.

02/08/13

Afobado

Vai entrando, invadindo meu sonho sem permissão
Me joga no chão.
Eu fico sentada, calma.
Você chega rápido, agora você é o afobado
Vai tirando minha roupa
Vai me acariciando tato a tato
Agora eu já estou ansiosa
Esperando tatear-me alguns pontos
Até ficarmos tontos por fim.

02/08/13