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terça-feira, 17 de novembro de 2015

Globalização. Globo, ali, na ação.

"Essa tal de globalização, que eu nunca nem ouvi falá,
ontem vi na televisão, o jornal avisando num bom falar
Achei um pouco estranho, mas, resolvi acreditá...
Só que veio o intervalo, mostrando umas coisa estranha,
a fazenda e os fazendeiros, tudo com suas terra de herança,
filmando as grama verde, e os gado tudo bonito.
Filmaram até os fazendeiro andando, e todos eles sorrindo.

No fim daquele intervalo, é que eu fui de verdade oiá,
que aquelas terra plantada, meus filho que foram semear.

Voltô o jornal da Globo, e o tal do Bonner falô,
que esse tal do agronegócio, é bom pro trabaiadô...

Nessa hora abriram a porta, e o jornal logo acabou.
Meus filho entraro virado, retado com a cara "do sinhor"
Perguntei aflita, o que era, e logo, um deles contô:
- Eu tava voltando pra casa, mainha,
e o diaxo da fome atacou,
passei o dia todo, trabaiando
pra poder descansar, o tal "do sinhor".
Como a fome tinha me atacado,
e cana lá tinha de bucado,
me abaixei ainda cansado
e da cana, peguei um punhado.
Mas, logo saio do mato,
paricendo um alarme soado,
os fazendeiro, em forma...
De capitão do mato.
Me deu uma surra daquelas,
porque a cana eu tinha chupado.
Disse que não era minha,
e que eu tinha era roubado.
Como é que eu tinha roubado o que eu mermo tinha plantado?

Enquanto meu filho falava, do tal jornal eu lembrava.
Como é que eu fui acreditar, no que o tal do Bonner falava?
Naquela vida bonita, de fazenda e fazendeiro.
Aquilo ali é iludir o povo, é traição com o povo todo brasileiro".

2 agosto de 2015

Ainda, Negreiro.

Vim em um navio mais conhecido, como
Navio Negreiro
Vim de um tempo,
em que lutar, não podia ser receio.
Nos trouxeram, e junto a nosso povo,
veio junto, o medo.
Negreiro.
Veio a luta, veio a busca,
e veio o sangue, o desespero.
E viramos os explorados,
viramos os feios, os de nariz largo.
Os de pele escura? Não. Aqueles de pele suja.
Aqueles, jogados no ralo.
E nos tornamos essas que travam luta.
Essas, cuja a burguesia, nos quer muda.
Se ausentam de nossas vidas,
como se não fizéssemos parte,
dessa pátria, por nós, nascida.
A nossa boca não mais se cala,
e se tentaram, haverá falha.
Nosso grito é coletivo,
não lutamos por só um umbigo.
Lutamos por um povo, que historicamente,
foi um povo oprimido,

outubro de 2015

O Feminismo aqui é Popular

"Desce pelas minhas pernas agora
o sangue ignorado pelo estado.
Derrama em meu rosto o sangue,
que só hoje é sangue maquiado.
 Quisera que esses corpos
Fossem todos de mentira.
Quisera que essas mulheres
nunca tivessem sido agredidas.
Quisera que o mundo
fosse um pouco mais tranquilo,
e que as pessoas parassem de olhar o próprio umbigo.
Uma   Duas   Três,
será que vão esperar
sermos violentadas outra vez.
Quatro   Cinco   Seis,
Não deu pra perceber?
Precisamos da ajuda de todos vocês.
 O que busco tem nome,
o que construo tem sobrenome,
o feminismo aqui é popular,
são mulheres que ousam lutar,
e vamos sim, nos auto organizar.
E ao que faz os homens
usarem o sistema patriarcal.
Com uma mão eu bato neles
mas sei para onde gira o meu tiro final.
Uma  Duas  Três
10   20   30
Nós somos todas mulheres,
mulheres clandestinas.
Estão nos violentando e vão continuar,
dissemos, ou sigam conosco
ou vamos sim, atropelar ".

 Eu vou te meter mão como ninguém nunca te fez
Eu vou te estraçalhar com minha rima, seu burguês
Não vai ser só com rima
Que eu vou passar por cima
Vai ser tiro de arma e faca
vai ser de fuzil pra cima.
Inclina
seu corpo, olha só que desgosto
Terno fino, alfaiate, e dinheiro no bolso.
Cordão no pescoço. "-É de ouro ou de aço?"
Olha só, é de ouro, feito com meu bagaço
O espaço
que venho a lei é diferente.
Se arrancaram nossos olhos
Agora é dente por dente (agora é sangue no dente)
Cerca o pente, tira o terno, tira seus engravatado.
Quero ver como se sente em nossa frente
pelado.
Sem seu terninho caro
sem a chave do seu carro.
Quero ver olhar pra gente e não ter medo do explorado.
Reparo
Olha só essa cara amassada
Aqui são 500 anos só de classe explorada.


outubro de 2015

Práxis do Desejo

Internalizar o desejo
e não mensurar essa prática.
É pensar só no dia de hoje,
confundindo estratégia com tática.

26 de abril de 2015

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Hay que "banhar-se"

Há na minha vida um pedido frequente
"-Endureça um pouco menina".
Mas, não consigo, aqui o que bate sente
e desde pequena, meus olhos não mentem.

Eu aprendi a direcionar
e endureci enquanto cresci.
Hoje, parece que amoleci
mas, é só a vida banhando o olhar.

E aprendi a enrolar,
pegar os sentimentos e amassar.
E deixa-los aqui dentro
não ter que falar.

Aí, aprendi a gritar.

E gritei e fui gritando
que hoje aqui dentro,
repelido e moendo
há um corpo banhando.

Banhando o olhar.

madrugada de 4 de novembro 2015