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terça-feira, 19 de julho de 2016

Atriz de cinema

Eu quero fazer cinema.
Esses negocio bonito,
que o povo fica escondido
atrás de um bicho esquisito
e depois pode ser assistido.

Por mim, não, por gente diversa
gente que gosta de prosear,
de conversa
aquela gente sentida,
por só fazer o que se reza.

Eu sou atriz de cinema
da vida dos outros
Apipema,
banhada de ouro,
que só brilha
com dor escorrida
choro sem vida
engasgo de touro.

19 de julho de 2016

Volta do coração II

Estou soprando ilusões
nuvens carregadas,
asma.
Estou arrotando emoções
corpo inteiro,
cheio.
Estou vomitando paixões
pés aterrados,
descalço.

Estou recepcionando corações.

19 de julho de 2016

Volta do Coração I

Quantos dedos tem minha boca?
Duas mãos e uma voz rouca,
um emaranhado parado
3 cinzeiros e nenhuma roupa
4 rodadas e vinte saias pregadas
caídas no chão.

tantos amores fardados
tantos encontros achados
tantos olhares cruzados
tantas memórias, tem não.

vários cascos de cerveja
dois licores de vinagreira
uma cachaça sobre a mesa
e uma catuaba na mão.

Duas mãos perdidas
girando a saia da vida
rodando no barro, ferida
sorrindo a volta do coração.

19 de julho de 2016

domingo, 10 de julho de 2016

Flor

E me cobriram de flor
como se houvesse me dado sorte.
Me colocaram flor no nome,
me nomearam as flores da morte.

                                   24 de agosto de 2014