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quinta-feira, 18 de julho de 2013

Origem Seabra, destino Salvador (a volta)

Foi chegando no ônibus assustada que me dei conta que já era dado o fim do caso.
Eram seis horas da matina e Salvador agora era a minha sina, não tem jeito, agora eu volto pra desolação.
Fui entrando no ônibus meio desconfiada, adiantando logo o passo, pra ver se deixo de lado o meu medo de vim embora. Conforme a estrada ia passando mais o rumo ia tomando e mais meu olho lacrimejando por ter que voltar.
Os balões pareciam ter sumido, as estrelas desapareciam, logo na manhã que eu iria voltar.
A Lua tão esperada, me olhou desesperada me implorando por esperar. Só que a estrada continuava andando e eu não podia parar. O ônibus como de praxe não parava de falar, me irritada dizendo que agora era de frente andando na estrada ao invés do trilho.
Então pra vim, eu tomei um dramin, eu preferi dormir a sorrir um riso mentido todo sentido sem ter o que falar.

Um texto de lembrança.


Um dia brincando de adoleta, eu tive a certeza que ser criança não é criançar.
Eu Fui na cozinha, abri a gaveta e peguei um faquinha e disse a minha tia que cortaria tudo que um dia me machucasse.
Começou pelo sofá, fui sentar naquele chato e uma mola atrevida arranhou minha barriga e feriu meu pobre gato. Eu peguei minha faca, e da mola atrevida eu transformei em estilhaços. Na mesma hora guardei a faca, com medo de um dia enfiar ela na vida que não cansa de me machucar.
De noite mudei de ideia, peguei um corretivo e disse que cobriria tudo que não fazia sentido, e cobri o meu castigo.
Mas, de manhã ao acorda, eu decidi "Vou pintar tudo que for amor."
Acabei pintando tudo e até hoje eu pinto o mundo e a tinta não acabou. Haja Amor.



                                              4/julho/2013

Exigências


É como um estranho no ninho, tão estranho quanto um ninho entranhado de estranhos por todo caminho.
É como um mundo sem viga, sem figa, sem vida.
É um pau no galinheiro, tão bom se fosse ninho, tão bom se fosse inteiro.
Se vire, ou, fique assim mesmo como está. Deve ser confortável ser alguém e não amar. Ou ama, se ama, mudo. To exigindo demais do amor.



                                        8/ julho/ 2013

Panos.


Comecei me questionando, se iria ou não.
Tropecei nos panos, e os peguei para os meus.
Levei e estirei-os sobre um mar de devaneios e subi, montei, sei lá o que fiz, mas, fiz.
Usei de todas as maneiras, os panos, não pense besteiras. Coloquei sobre meu corpo de tal maneira a que devotos também fossem aos beijos. Beijos, como se atrevem a invadir meus textos.
De volta aos panos, que aos beijos já se renderam de tal forma a me esquecer, creio eu, creia você.
Creio em nada a não ser nos devaneios.
Me esqueço que os panos a nada clareiam, a não ser os mandados e inclinados em um destino sem tamanho. Por pouco eu não creio que os panos tem tamanho.
O quão tola eu seria, querendo que delimitasse um estado de euforia.

Se eu fosse Raimundo mudaria

E com uma mania implacável da sua falta de paciência
Fui deixada meio de lado pra observar sem complacência
Fui notando algo errado na distância ocorrida
Resolvi me aproximar pra ver se ganho vida
Um tremendo estrondoso que não vejo a tempos
Como pode fazer falta se não toca um instrumento?
Toca o mundo rege o céu, entre o céu e o mundo
Gostaria de tê-lo a fundo
Coloriria o mundo de rima
E te rimaria sendo Raimundo.

Me leia enquanto é tempo.

Essa tua mania de querer me ler tá me tirando do sério. Tá me levando ao deletério de querer ser você.
É uma harmonia tamanha que só de te ver eu entro em loucura. É um estado de êxtase me movendo de dentro, remoendo meu estômago, vomitando o estado de coma entranhado a tempos.
Veja se me mostre o que estaria guardado de maneira grosseira, acariciando pelos dedos o que prontamente eu te mostraria em segredo.
Me acaricie com cuidado de maneira a ficar suado com tal movimento sem freio, alheio a ti.
E com um jeito bem rebuscado que tu tem de me achar, eu fico só pensando como vai ser se me encontrar. Sim, "se" me encontrar, porque a depender do meu estado, me faria um grande estrago. Vamos brincar de conversar, é tão belo como camar, tua magnitude que me envolve, me traz prazer nas veias, que faltam saltar fora quando ouço você falar.
É cheiro que sinto quando vai embora e demora. É cheiro de vida.
Viva a vivacidade das pessoas que vivem a cheirar. Me cheire antes que seja tarde, me cheire antes de morrer. Quando eu morro o cheiro muda, fica um cheiro desagradável, muitas vezes intragável até mesmo de olhar. Aproveite enquanto é tempo, use de mim, use do tempo, aproveite o não enjoou, pois toda vez que ele vem, vem sem medo vem sem calma, me derruba me maltrata, maltrata a quem estiver afim.
Por fim, por mim.

Dia 4 de abril de 97.


Era uma tarde e eu já via as estrelas aparecerem. Os balões meio que já desapareciam e as músicas começavam a aparecer. Naquela noite apareceria de tão bela e antiquada, a menina que de mim tirou risos em calda.
Parecia um pudim sendo deliciado, tinha, assim como os pudins, uma bela ameixa por cima. A sua ameixa mais parecia uma uva passa. Ela corria enquanto me fazia sorri. Correu pelo barro, sim, pelo barro mesmo, porque na cidade em que morava, não eram campos floridos, era mato, era barro. Nada era de plástico, tudo era vivo. O amor que me fez sentir era vivo. Enquanto ela corria eu sorria, enquanto eu sorria ela fugia de mim. Ela sempre desaparecia e surgia.
E todo dia 4 de abril eu a espero no meio do barro para que ela apareça.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Origem Salvador, destino Seabra.


Ontem eu peguei um ônibus, origem Salvador, destino Seabra, que tinha uma ótima sacada. Em vez de frente ele ia de ré, ia no trilho ao invés da estrada.
No começo achei estranho, mas, depois fui me acostumando com a ideia de voltar.
Eu era uma das passageiras que da esquerda para a direita, era a quarta a desejar.
Passei a viagem rindo, mas, rindo baixinho pra não incomodar. Vim pensando um bocado de besteira, em uma delas eu era estrela, na outra eu era um cometa e depois eu virava um cometa estrelar... rs.
Fui acordar depois de Feira, num tal de Santo Estevão que eu nunca ouvi falar.
A questão é que fui indo, como eu sempre ia dormindo, eu nunca tinha percebido que era de ré que sempre tinha ido.

domingo, 14 de julho de 2013

Terra

A Terra que a gente sente, sente tanto que nem teme o dia que nela vamos morar.
A Terra que dá alegria, dá tanto prazer que penso em voltar.
A Terra que brilha aqui dentro, brilha no mundo inteiro só de ofuscar.
A Terra da minha vida, a Terra cura a ferida que um dia tentaram futucar.
E ainda há aqueles que mesmo com toda beleza da pureza da Terra, a maltrata, a aterra, briga com ela, sem saber que fere a si mesmo quando fere a ela.
"Destroem nossa mãe Natureza e nos dão vossos filhos para nos confortar,
nos dão Flores."