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sexta-feira, 23 de setembro de 2016

A casa de Tereza.

Estou construindo casas.
Não conforme a casa fechada,
mas, sim casa de vida.
De tempo esquecida,
casa aberta, sem muro e pedra
casa de Tereza, a poesia.

Estou a brincar no meio da construção
porque se esquecer de brincar
acaba construindo a desilusão.
E toda sabedoria
vivida ou escrita
vira casa construída
casa de Tereza, a revolução.

Mas como tudo na vida
tem uma mania aflita
de virar obrigação,
a casa vai construída
parecendo que nunca termina,
e vai crescendo a flor, menina
parecendo uma margarida
se perdendo em cada rima,
se lembrando da construção.


A casa tá sempre em construção.
23 de setembro de 2016


Prima Vera que disse

A prima Vera me disse
que nem sempre o tempo,
era tempo de flor.
Mas quanto mais tempo florisse,
mais o tempo seria amor.

Então me disse com olho atento
pra eu me cuidar e ainda avisou:
"-Se mesmo de longe o tempo sorrisse,
sorriso de quando o tempo se abrisse
até as flores sorririam,
com esse tempo que chegou.

23 de setembro de 2016

Água de mamãe.

Vi cair uma chuva sem fim
que parecia um raio
ou coisa assim.

Desceu todo em pingado
parecendo água, o raio,
até pensei em banhar a mim.

Parecia um raio torto
iluminando o céu todo,
mas, era água, puro ouro.

O ouro de mamãe que brilha assim.

23 de setembro de 2016

domingo, 18 de setembro de 2016

qual o tempo do amor

sobe em pernas,
um peso que nunca vi.
como se construísse em amor
e fizesse casa em mim.
com entrada diferente
portas feito que esquenta
mastros livres, irreverentes
chão tão manso quanto o mar.
sala feita de quintal,
poesia, visão de carnaval
um retrato-pintura
de tantas cenas, augúria
lembranças lembradas
como dúvida para mim.
como coração de corpo
se ele não o percorre todo
e ficar um pouco ausente
já faz tempo então, não sente
o que ganharia o jogo.
não tem fim,
essa casa feita a mão
com detalhe de poltrona
cujo rei, não senta não.
em meu pouso,
agora assenta
de forma água, livre e raio
acampada em seu coração.
Recebi noticia prévia
até com carta de anuência
e um escrito de paciência
"-Eu que vou me assentar".
Olho denso, pele sua, pode entrar nego,
faz morada em casa nua.

18 de setembro de 2016

sábado, 17 de setembro de 2016

tempo-distância

de que canoa vieste tu?
que passado o centro-oeste
uma volta no nordeste,
me encostei lá no sudeste
caminhei a meio fio.
Visitei caminhos longos
mar adentro
rios densos
e enxerguei seus olhos mansos.
Descasquei um pouco mais
que um mundo de realce
fiz parada em algum cais
que só agora eu vi o antes.
Cheiro,beijo,queijo,e,tu
cheiro,beijo,queijo,e,eu
cheiro,beijo,queijo,e,tal
e,gal,no,hall,quintal,até
o,sal,do,mal,todo,salir.

16 de setembro de 2016

.Fim de noite


depois de samba, poesia
cerveja e boa companhia,
um pedaço a mais de vida,
caberia.
Tão grande que nem sei,
se eu mesma caberia.
A mais ser, que ironia,
pensar como a calma, pode ser
a folia.
E pensar atravessado
como andar a pari-passo
sem olhar, pra onde ia.
E trazê-lo elucubrado
cair comigo cachoeira abaixo
e voltar-se-ia calmaria.
Logo após eu pularia,
duro enquanto, tu se ria,
eu, me deitar corpo-banhado.
há de ser rio, e se preciso, lago.
17 de setembro de 2016

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Quilombo-Casa

Hoje a lua preenche por dentro
essas estradas entre nós.
Me enquadra em água e brasa
por todo meu corpo desatam os nós.

Ontem, suas mãos espaçadas
de tempo em tempo se encaixa
em pés, pernas e se entrelaçam
como dança de casa.
Ora dançada, ora calma.

Noite tão cheia se descasca
em lembranças outras de casa.
Os tambores aqui, vos fala
em gritos contidos
de vidas passadas.

E a lua tão cheia, clareia a mata
em Corpo-Sombra
chapéu e barba.
Se faça o sonho de sermos planos
caminhos traçados.
Quilombo-casa

15 de setembro de 2016

Inicio da noite

O mar avisa o caminho,
navios de sensações
barco com multidões
canoas a pura deriva.

Carlos brinca com a vida
Joaquina só anda aflita
Miguel cai na rotina
enquanto floresce, a Margarida.

Navios, barcos, canoas
navegando rumo a proa
o mar aos berros
eco ooo o o aa
está errando os caminhos

O mar de berro aumenta
faz tempestade cinzenta
só Joaquina que crença
de fazer sentir-se o coração

As águas então se juntam
buscando força entre si
é água doce e salgada
indo de encontro, ali.

O berro agora mais forte
alcança o lado do norte
que desce ao sul e explode
pedindo as matas de Oxóssi
que fique atento, vigia.

O vento chega com raio
disparando pra todo lado
alertando até o sol
que o caminha havia errado.

O tremor chega no mangue
acordando a quem dormia
falando com tanta calma.
Não tem caminho sem alforria.

Se o caminho ta errado
e ainda assim não recua
é hora de repensar
os pedidos de ajuda.

27 de agosto de 2016

tempo-tempestade

Estou me aguando em pensamento
sobre todos os vividos dias.
Tentando entender cada passo
e ainda assim, como foram dados.
Cheirando aos poucos
braços
alma
laços.
Sentindo aos poucos o lado
de ter que cair cachoeira abaixo
em rio tão manso,
densidade de ferro,
um sentir tão imerso,
espaçamento de perto,
em águas gigante.
"No meio do verso,
me esquenta em fogueira.
Balança-cadeira
sentado, um velho.
De olhos tão fundo,
que viram o mundo.
Dizendo em segredo,
todo entre dedos,
o que viu no protesto"
Saída fogueira, volto a olhar-te,
presa em teus olhos, sem nenhuma grade.
Ecoa de longe um verso em parte.
Acalmaremos o tempo, pra se fazer tempestade.

13 de setembro de 2016