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sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Troféu

Troféu recebeu um prêmio,
por ser um menino gênio,
e ter podido viver bem menos
que seu outro amigo, Carlos.
Eles andavam em bando
Carlos, Miguel, Troféu e Nando
Três branquinhos e Troféu "negado".
No dia da premiação
todo mundo extasiado
quem será que perderia
na corrida de cavalo?
Carlos tinha vinte quilos
Miguel no bolso tava armado
Nando tinha até passagem.
Mas só Troféu foi premiado.
Todo dia tem premiação
pra quem é preto
e vive no estado

25 de agosto de 2016

Dia de chuva

Nos dias de chuva
meu cabelo fica manso
e como não me agrada mansidão
e nem me falta umidade
preferiria que o sol estivesse,
secando os líquidos dessa cidade.
Senti tanto essa semana,
parecia, tempo abriu.
Tempreferiu jorrar pra fora
antes que eu, virasse
rio.


24 de agosto de 2016

MOVIMENTO SOCIAL


M uralhas traçam a trilha
O cupando os espaços pensado,
V igiando meus próprios passos,
I nspecionando também a guerrilha.
M odificando os espaços
E compreendendo o caminho
N a busca façamos os laços
T endo um projeto e não pergaminho.
O movimento que eu faço
S ó se associa na linha,
O cupando os espaços
C aminhando lado a lado
I mpedindo os atrasos
A vançando na derrota da burguesia
L ibertação, será nossa guia.

16 de agosto de 2016

Vem nego, vem pra Bahia

vem, pega estrada e vem enche a cara, arrasta a sandália, e vem. Põe o pé na Bahia que te encontro na esquina ou algum lugar de Minas como um jogo de folia em uma dança arrastada com teu corpo em gingada ou em cima de uma jangada tentando entender a vida. Quem será entenderia? que decifro-te em verso como a quem vê em reverso a natureza em vigia. vem, nego vem pra Bahia.

10 de agosto de 2016

fervor de mi menor

Como que pode arder em dó, lá onde o sol queimou o seu corpo em mi menor.
poderia eu, me perder e só te ver em meus versos. E em meio à um escrito protesto me aparecer você.
Até nas contas do dia em meio a pouco salário brotar um riso de lado por um simples bom dia.
O que será que poderia gritar agora em meu peito se junto a ele o anseio de não ficar de vigia.
Um vulcão resguardado ora entra em erupção, não seria correto me privar a expectativa da explosão

13 de agosto de 2016

Plexo solar na caixa dos peito

To sentindo uma quentura no plexo parecendo uma fogueira me ardendo inteira me invadindo o sexo.
um punhado de palavras como ar preso escutando um segredo perto do peito, na caixa.
explode em ar rarefeito tão quanto mais se demora explode em ar toda hora como um vulcão em meu peito.
Racionalizo em credo toda quentura em meu ventre novo vocábulo, velho com ancestrais mais diversos querendo explodir nesses versos o que todo meu corpo já sente.
Darás tempo, onde quereis presente.

26 de agosto de 2016

Sol em Virgem

Setembro chegando,
Primavera se aproximando,
e a virginiana louca,
não para de fazer planos.
Pensa daqui
pensa dali
querendo encaixotar
os momentos que estão por vir.
"- Solta os braços,
refaça os laços,
Encaixotar a vida
não resolve estragos."
a lua refaz o fogo
e modifica o corpo
ascendente em água
faz umidade, não gozo.
Que venha a terra
e seu poder de construção
de rasgar a carne dura
de nascer inteira e crua
e poder, fazer-se vulcão
Que comece o tempo de erupção.

26 de agosto de 2016

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

me traga, poesia

como vou revirar a poesia
se trago tudo comigo,
de remendo a estreito
de torto a profundo.
De calor, a sentido.
Vou repartir-me ao meio
pra não sentir o que penso
já me disperso dos tantos
para viver o inteiro.
Poesia por vez,
sem interferência de reis
samba, amor, como lei.
e uma escuridão por seguir.
Ao que vir, me declaro paixão.
Me declaro apaixonada,
pela Revolução!

13 de agosto 2016

Filho do Mundo

Sabe quando alguém entra,
como fosse anestesia,
passando por cada veia
se aproximando volta e meia
da sensação de alforria?
E adentra o corpo
como se adentrasse a casa
e casa junto ao gosto
gosto que vem de alma.
E vira dança boa
boa tão quão satisfaça
e de nada faça ameaça
o navegar caminho à proa.
E cai numa ginga boa
berimbau, pandeiro em caça
Oxóssi corre a mata
pra banhar em rio,
abençoa.
Segue corrido em flecha,
voa.


 10 de agosto de 2016

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

em construção

Me boto de lente em olho,
como se fosse ilustrável
a sensação de conforto.
Como um bicho desalmado
que quando morre, vaga no espaço
Tentando viver em função, vago.
Parece livro de sebo em couro
o livro usado, nunca terá cheiro de novo.
O cheiro das histórias que contam segredo
as paginas amassadas relevam efeitos
a orelha rasgada, mostra os trejeitos.
Enquanto histórias relidas
saem da boca do povo.
Olhai-vos nós, uns aos outros.
Outras,
se nos olharmos mais,
nunca seremos poucas.


19 de agosto de 2016

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Diga a mãe que eu cheguei


Mais um navio ancorou no chão,
desagua em mar, os pedidos de oração.
Toque de fora, corrente sonora
Minha antecedente reparação.

Mulheres em tetas,
nas noites tão pretas,
no corpo a noite
no olhar, a tristeza.

Tão melancólica, corrente sonora
por dentro o batuque,
e o chicote por fora
no coro abatido a negra implora
que nasça minha filha,
chamada Revolta.

Diga a mãe que eu cheguei
escravizada, e não  rei.
chegaste em vida, libertada
Por nascer filha de escrava,
abolição tal camuflada
Nascerei, a filha armada
Nascerei pra matar-lhe o rei
Diga a pátria,
diga a mátria
que já sei pegar em armas
não serei escravizada,
não seirei mais seu freguês.

Diga a mãe, que o absurdo,
independência, 2 de julho
o vermelho do novo mundo
Com minhas mãos que sangrei.

Diga a mãe que eu cheguei.

8 de julho de 2016