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terça-feira, 27 de dezembro de 2016

mulheres

"Não sou mulher, sou mulheres"

Sou Princesa de Aqualtune
da qual muitas não conhece
comandei 10 mil homens
lá no Congo, não se esquece
De Princesa a escravizada
fui trazida pro Brasil
por ter estratégia e tática
quilombo resistiu.

Sou Luiza Mahin
da Revolta dos Malês
conhecida por quitutes
no tabuleiro vender
Quitutes de revolta
mensagem libertação
se isso não for tática
que desgraça é revolução.

Sou a Preta Simoa
da Greve dos Jangadeiros
conduzi no Ceará
libertação do povo negro

Sou Maria Felipa
que nós vamos reviver
conhecer o 2 de julho
Independência ou morrer.

setembro de 2016

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Beleza

O que existe na beleza
Que tanto quero alcançar
Parece motivo pra ir feliz
soprar os ventos perto do mar

Quem me dera ser bonita
Firme e densa como o mar
Ter os braços feito longo
Para que o mundo eu possa abraçar

Ser de toda eletrizante
Vir do céu, mover o ar
Ter o corpo em movimento
e a rapidez de tudo mudar

Ser a água que me banha
Limpa e mata o que preciso
Cachoeira que derrama
Beleza pra mim é isso

Sol que nasce, põe e muda
Vira outra luz bonita
Queima, arde, seca e jura
Que sua lua vem de outra vida

Oxigênio dilatado tão preciso
é o mato.
Faz caminho aberto o rio
Da perdido, caminho fechado .

dezembro de 2016

É o Verão, Salvador

É verão e o corpo já avisou.
Avisa a essa menina
que o trem já passou
atravessou Salvador
E se encontra na esquina

Cheia das água
Bêbada improvisada
Sem dinheiro, sem tamanco
O único plano
é não planejar nada.
Chegou o tempo, a loucura
O corpo que muda
A vontade que aguça
A boca que expurga
o que sempre quis-se falar.
A cerveja gelada
a caída na cilada
a risada disfarçada
a cara toda molhada
do suor de Salvador.
Essa cidade respira
um ar corrido no verão
nos afunda sem depressão
de só querer sorrir
nos meses dessa estação.
É um tempo, um calor.
E não é a toa que tu se chama,
São Salvador.

30 de novembro de 2016

Te quereis hoje de flores e ventos

carbonos de tremores
aqueles sonhos de amores
viajaram tem um tempo.

Correram espaçados
as vontades do passado
em meus olhos, o presente.

Entende,

o pensamento em seu refluxo
se deita
se move
e explode tudo.

E sobe entorno
do que chamariam de desconforto.
A construção desse novo mundo.

A tão construo, o quanto faço,
enquanto isso o aviso,
o olha craviado
Enquanto isso o motivo
de querer estar, ao teu lado.

E tanto busca os santos
os olhos longos cumpridos
parecem olhos famintos
e que me cobrem sem manto.

Seus olhos cruzam os meus
como a um rio que me banho.
Em meio a água levanto
trazendo enfim, o encontro.

6 de dezembro de 2016

A vez das Sagitarianas

Como não ser carnaval?
É dezembro e sagitário tá a solta
Todas elas estão loucas
Não aguentam ficar na cama
"Me acode, me acode"
É o grito das sagitarianas.

De dia o sol esquenta
A noite é lua de fogo
Como se faz para uma sagitariana
Atingir o pleno gozo?
Desça os litros de cachaça
E 20 quilos de improviso
saia com elas na sexta
e só volte, no domingo.
Queime todas as calorias,
sorria
E ao invés de dormir como pedra
Leve-as para os festejos da Bahia.

17 de dezembro de 2016

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

sentir tudo que sinto

  1. Queria com tanta força
    sentir tudo que sinto
    poder saber de perto
    o que vejo deitada dormindo
  2. ...
  3. Mas chega a dor do tudo
    que acaba por dentro moendo
    tomando todo meu corpo
    regendo ele por dentro
  4. E busco com força sair
    pra poder enfim viver
    respirar do ar do mundo
    sem a dor de mim, querer.
  5. Como é viver sem lei
    sem medo de ter um rei
    que treinasse em morte a vida
    em pleno 2016
7 de dezembro de 2016

Rebelião Bahia

  1. Esse verão ta estranho
    Chegando em tempos sombrios
    Chegaram nuvens de vidro...
    e caros pássaros no meio fio
  2. Fizeram do tempo, escolha
    Entre mar, cal e funil
    Buscaram sono na boca
    De mãos carregadas de fuzil
  3. Nos toca um tempo estranho
    Perfura em mim, seus planos
    de pular o mês inteiro
    Como faço todo ano
  4. E me verso atende e ponto
    O que os olhos póstumos apura
    E nos move em copo fundo
    E desintegra de casa a rua
  5. "Pleno corpo que me sustenta
    Sustentou o que não via
    Me atento sendo estorvo
    Enquanto uma menina sorria"
  6. Há beleza nesse mundo
    Se não, nele eu nem vivia
    Há sorriso nos olhos fundos
    com esperança de alforria
  7. Não deixeis que neste mundo
    Lhe tirem os olhos da alegria
    E se dizem "cabô-se o mundo"
    Ensinaremos como se cria

  8. Viva os festejos da Rebelião Bahia.
9 de dezembro de 2016

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Movimento

Meu corpo
Na busca incessante
De um conforto obsoleto,
Procura em meu peito
Essa vontade perto-distancia

E vago no quarto
Deitada em lado
Olhos sempre fechados
Já lhe sinto em mim.

E vou sentindo em teu peito
Um bombear no coração
Me contando segredos.
"Volta a bater, ou não".

E me passo em enxurrada,
te levando comigo
a boca se faz em sorriso
que se mergulha peito em água.

E o conforto refaz o laço
De obsoleto a novos tempos
Sendo construído a passos largos
E nossos valores se reescrevendo.

Lhe cheiro os olhos
Te vendo inteiro
Me pego em medo
Com essa oração.

E olho feio
por sentir medo
não quero isso
não gosto não

Lhe quero tanto,
quanto
O dia em que corri
Porque vi algo passar
E você é que tava lá
Assentado, parecendo uma ilusão.

Fui de mão ao teu encontro
Carregada de vícios
Carregada de sorriso
E fomos fazendo a limpeza da casa.

E agora sinto sem jeito
Um dos nós se desfazendo
O tempo sede efeito
De chegada de novos ventos.

Lhe quero tanto
Que sou capaz de virar vento
E arrodear seu corpo inteiro
E lhe sentir ser movimento.

16 de outubro de 2016


Você

Eu chego em casa
tomo um banho
visto uma blusa
e toda ela é você.

Teu cheiro
Teu corpo
Teu gosto
E o todo meu,
vira um todo de você.

E sou então tomada em gozo
soluço em prazer
Em calma lhe ouço
até seu respiro
sorriso, suspiro
De cada noite
em que tive você.

Você lhe repito
a todo instante
Sem nenhum martírio
Em lhe ter, mas tão longe.

Você em seus gestos
guardados em mim
Você, eu confesso
eu queria aqui.

Você,

Achei tão lindo esse nome
Depois que nele,
entrou você.

8 de novembro de 2016

Me interessa

O querer se alimentar
te alimentar
nos reinventar

Querer-se redimir
o que ainda está por vir
só chorar se sorrir.

Acumular o ouro
dividir o tesouro
ter o direito de amar o outro.

Acordar sem pressa
só ir por vontade, a festa
se amar inteira,
me interessa.

6 de outubro de 2016

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Tempo, verbo amar.

Teus olhos aquecem em meu peito
o que chamariam de conforto
Olhem os cheio de vida
Olhos envolto de povo.

De onde falo, aqui, palpita
em disparada  pelo mato
Fazendo do solo, sagrado
Correndo em boca, saliva.

Em transversal inquilina
um sentimento se absorve
O corpo expurga e se move
A absorção em vigia.

E como é feita de escolha
E o tempo é verbo de amar
Vou saneando o momento
Desabo em choro, a esperar.

31 de outubro de 2016

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

A casa de Tereza.

Estou construindo casas.
Não conforme a casa fechada,
mas, sim casa de vida.
De tempo esquecida,
casa aberta, sem muro e pedra
casa de Tereza, a poesia.

Estou a brincar no meio da construção
porque se esquecer de brincar
acaba construindo a desilusão.
E toda sabedoria
vivida ou escrita
vira casa construída
casa de Tereza, a revolução.

Mas como tudo na vida
tem uma mania aflita
de virar obrigação,
a casa vai construída
parecendo que nunca termina,
e vai crescendo a flor, menina
parecendo uma margarida
se perdendo em cada rima,
se lembrando da construção.


A casa tá sempre em construção.
23 de setembro de 2016


Prima Vera que disse

A prima Vera me disse
que nem sempre o tempo,
era tempo de flor.
Mas quanto mais tempo florisse,
mais o tempo seria amor.

Então me disse com olho atento
pra eu me cuidar e ainda avisou:
"-Se mesmo de longe o tempo sorrisse,
sorriso de quando o tempo se abrisse
até as flores sorririam,
com esse tempo que chegou.

23 de setembro de 2016

Água de mamãe.

Vi cair uma chuva sem fim
que parecia um raio
ou coisa assim.

Desceu todo em pingado
parecendo água, o raio,
até pensei em banhar a mim.

Parecia um raio torto
iluminando o céu todo,
mas, era água, puro ouro.

O ouro de mamãe que brilha assim.

23 de setembro de 2016

domingo, 18 de setembro de 2016

qual o tempo do amor

sobe em pernas,
um peso que nunca vi.
como se construísse em amor
e fizesse casa em mim.
com entrada diferente
portas feito que esquenta
mastros livres, irreverentes
chão tão manso quanto o mar.
sala feita de quintal,
poesia, visão de carnaval
um retrato-pintura
de tantas cenas, augúria
lembranças lembradas
como dúvida para mim.
como coração de corpo
se ele não o percorre todo
e ficar um pouco ausente
já faz tempo então, não sente
o que ganharia o jogo.
não tem fim,
essa casa feita a mão
com detalhe de poltrona
cujo rei, não senta não.
em meu pouso,
agora assenta
de forma água, livre e raio
acampada em seu coração.
Recebi noticia prévia
até com carta de anuência
e um escrito de paciência
"-Eu que vou me assentar".
Olho denso, pele sua, pode entrar nego,
faz morada em casa nua.

18 de setembro de 2016

sábado, 17 de setembro de 2016

tempo-distância

de que canoa vieste tu?
que passado o centro-oeste
uma volta no nordeste,
me encostei lá no sudeste
caminhei a meio fio.
Visitei caminhos longos
mar adentro
rios densos
e enxerguei seus olhos mansos.
Descasquei um pouco mais
que um mundo de realce
fiz parada em algum cais
que só agora eu vi o antes.
Cheiro,beijo,queijo,e,tu
cheiro,beijo,queijo,e,eu
cheiro,beijo,queijo,e,tal
e,gal,no,hall,quintal,até
o,sal,do,mal,todo,salir.

16 de setembro de 2016

.Fim de noite


depois de samba, poesia
cerveja e boa companhia,
um pedaço a mais de vida,
caberia.
Tão grande que nem sei,
se eu mesma caberia.
A mais ser, que ironia,
pensar como a calma, pode ser
a folia.
E pensar atravessado
como andar a pari-passo
sem olhar, pra onde ia.
E trazê-lo elucubrado
cair comigo cachoeira abaixo
e voltar-se-ia calmaria.
Logo após eu pularia,
duro enquanto, tu se ria,
eu, me deitar corpo-banhado.
há de ser rio, e se preciso, lago.
17 de setembro de 2016

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Quilombo-Casa

Hoje a lua preenche por dentro
essas estradas entre nós.
Me enquadra em água e brasa
por todo meu corpo desatam os nós.

Ontem, suas mãos espaçadas
de tempo em tempo se encaixa
em pés, pernas e se entrelaçam
como dança de casa.
Ora dançada, ora calma.

Noite tão cheia se descasca
em lembranças outras de casa.
Os tambores aqui, vos fala
em gritos contidos
de vidas passadas.

E a lua tão cheia, clareia a mata
em Corpo-Sombra
chapéu e barba.
Se faça o sonho de sermos planos
caminhos traçados.
Quilombo-casa

15 de setembro de 2016

Inicio da noite

O mar avisa o caminho,
navios de sensações
barco com multidões
canoas a pura deriva.

Carlos brinca com a vida
Joaquina só anda aflita
Miguel cai na rotina
enquanto floresce, a Margarida.

Navios, barcos, canoas
navegando rumo a proa
o mar aos berros
eco ooo o o aa
está errando os caminhos

O mar de berro aumenta
faz tempestade cinzenta
só Joaquina que crença
de fazer sentir-se o coração

As águas então se juntam
buscando força entre si
é água doce e salgada
indo de encontro, ali.

O berro agora mais forte
alcança o lado do norte
que desce ao sul e explode
pedindo as matas de Oxóssi
que fique atento, vigia.

O vento chega com raio
disparando pra todo lado
alertando até o sol
que o caminha havia errado.

O tremor chega no mangue
acordando a quem dormia
falando com tanta calma.
Não tem caminho sem alforria.

Se o caminho ta errado
e ainda assim não recua
é hora de repensar
os pedidos de ajuda.

27 de agosto de 2016

tempo-tempestade

Estou me aguando em pensamento
sobre todos os vividos dias.
Tentando entender cada passo
e ainda assim, como foram dados.
Cheirando aos poucos
braços
alma
laços.
Sentindo aos poucos o lado
de ter que cair cachoeira abaixo
em rio tão manso,
densidade de ferro,
um sentir tão imerso,
espaçamento de perto,
em águas gigante.
"No meio do verso,
me esquenta em fogueira.
Balança-cadeira
sentado, um velho.
De olhos tão fundo,
que viram o mundo.
Dizendo em segredo,
todo entre dedos,
o que viu no protesto"
Saída fogueira, volto a olhar-te,
presa em teus olhos, sem nenhuma grade.
Ecoa de longe um verso em parte.
Acalmaremos o tempo, pra se fazer tempestade.

13 de setembro de 2016




sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Troféu

Troféu recebeu um prêmio,
por ser um menino gênio,
e ter podido viver bem menos
que seu outro amigo, Carlos.
Eles andavam em bando
Carlos, Miguel, Troféu e Nando
Três branquinhos e Troféu "negado".
No dia da premiação
todo mundo extasiado
quem será que perderia
na corrida de cavalo?
Carlos tinha vinte quilos
Miguel no bolso tava armado
Nando tinha até passagem.
Mas só Troféu foi premiado.
Todo dia tem premiação
pra quem é preto
e vive no estado

25 de agosto de 2016

Dia de chuva

Nos dias de chuva
meu cabelo fica manso
e como não me agrada mansidão
e nem me falta umidade
preferiria que o sol estivesse,
secando os líquidos dessa cidade.
Senti tanto essa semana,
parecia, tempo abriu.
Tempreferiu jorrar pra fora
antes que eu, virasse
rio.


24 de agosto de 2016

MOVIMENTO SOCIAL


M uralhas traçam a trilha
O cupando os espaços pensado,
V igiando meus próprios passos,
I nspecionando também a guerrilha.
M odificando os espaços
E compreendendo o caminho
N a busca façamos os laços
T endo um projeto e não pergaminho.
O movimento que eu faço
S ó se associa na linha,
O cupando os espaços
C aminhando lado a lado
I mpedindo os atrasos
A vançando na derrota da burguesia
L ibertação, será nossa guia.

16 de agosto de 2016

Vem nego, vem pra Bahia

vem, pega estrada e vem enche a cara, arrasta a sandália, e vem. Põe o pé na Bahia que te encontro na esquina ou algum lugar de Minas como um jogo de folia em uma dança arrastada com teu corpo em gingada ou em cima de uma jangada tentando entender a vida. Quem será entenderia? que decifro-te em verso como a quem vê em reverso a natureza em vigia. vem, nego vem pra Bahia.

10 de agosto de 2016

fervor de mi menor

Como que pode arder em dó, lá onde o sol queimou o seu corpo em mi menor.
poderia eu, me perder e só te ver em meus versos. E em meio à um escrito protesto me aparecer você.
Até nas contas do dia em meio a pouco salário brotar um riso de lado por um simples bom dia.
O que será que poderia gritar agora em meu peito se junto a ele o anseio de não ficar de vigia.
Um vulcão resguardado ora entra em erupção, não seria correto me privar a expectativa da explosão

13 de agosto de 2016

Plexo solar na caixa dos peito

To sentindo uma quentura no plexo parecendo uma fogueira me ardendo inteira me invadindo o sexo.
um punhado de palavras como ar preso escutando um segredo perto do peito, na caixa.
explode em ar rarefeito tão quanto mais se demora explode em ar toda hora como um vulcão em meu peito.
Racionalizo em credo toda quentura em meu ventre novo vocábulo, velho com ancestrais mais diversos querendo explodir nesses versos o que todo meu corpo já sente.
Darás tempo, onde quereis presente.

26 de agosto de 2016

Sol em Virgem

Setembro chegando,
Primavera se aproximando,
e a virginiana louca,
não para de fazer planos.
Pensa daqui
pensa dali
querendo encaixotar
os momentos que estão por vir.
"- Solta os braços,
refaça os laços,
Encaixotar a vida
não resolve estragos."
a lua refaz o fogo
e modifica o corpo
ascendente em água
faz umidade, não gozo.
Que venha a terra
e seu poder de construção
de rasgar a carne dura
de nascer inteira e crua
e poder, fazer-se vulcão
Que comece o tempo de erupção.

26 de agosto de 2016

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

me traga, poesia

como vou revirar a poesia
se trago tudo comigo,
de remendo a estreito
de torto a profundo.
De calor, a sentido.
Vou repartir-me ao meio
pra não sentir o que penso
já me disperso dos tantos
para viver o inteiro.
Poesia por vez,
sem interferência de reis
samba, amor, como lei.
e uma escuridão por seguir.
Ao que vir, me declaro paixão.
Me declaro apaixonada,
pela Revolução!

13 de agosto 2016

Filho do Mundo

Sabe quando alguém entra,
como fosse anestesia,
passando por cada veia
se aproximando volta e meia
da sensação de alforria?
E adentra o corpo
como se adentrasse a casa
e casa junto ao gosto
gosto que vem de alma.
E vira dança boa
boa tão quão satisfaça
e de nada faça ameaça
o navegar caminho à proa.
E cai numa ginga boa
berimbau, pandeiro em caça
Oxóssi corre a mata
pra banhar em rio,
abençoa.
Segue corrido em flecha,
voa.


 10 de agosto de 2016

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

em construção

Me boto de lente em olho,
como se fosse ilustrável
a sensação de conforto.
Como um bicho desalmado
que quando morre, vaga no espaço
Tentando viver em função, vago.
Parece livro de sebo em couro
o livro usado, nunca terá cheiro de novo.
O cheiro das histórias que contam segredo
as paginas amassadas relevam efeitos
a orelha rasgada, mostra os trejeitos.
Enquanto histórias relidas
saem da boca do povo.
Olhai-vos nós, uns aos outros.
Outras,
se nos olharmos mais,
nunca seremos poucas.


19 de agosto de 2016

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Diga a mãe que eu cheguei


Mais um navio ancorou no chão,
desagua em mar, os pedidos de oração.
Toque de fora, corrente sonora
Minha antecedente reparação.

Mulheres em tetas,
nas noites tão pretas,
no corpo a noite
no olhar, a tristeza.

Tão melancólica, corrente sonora
por dentro o batuque,
e o chicote por fora
no coro abatido a negra implora
que nasça minha filha,
chamada Revolta.

Diga a mãe que eu cheguei
escravizada, e não  rei.
chegaste em vida, libertada
Por nascer filha de escrava,
abolição tal camuflada
Nascerei, a filha armada
Nascerei pra matar-lhe o rei
Diga a pátria,
diga a mátria
que já sei pegar em armas
não serei escravizada,
não seirei mais seu freguês.

Diga a mãe, que o absurdo,
independência, 2 de julho
o vermelho do novo mundo
Com minhas mãos que sangrei.

Diga a mãe que eu cheguei.

8 de julho de 2016

terça-feira, 19 de julho de 2016

Atriz de cinema

Eu quero fazer cinema.
Esses negocio bonito,
que o povo fica escondido
atrás de um bicho esquisito
e depois pode ser assistido.

Por mim, não, por gente diversa
gente que gosta de prosear,
de conversa
aquela gente sentida,
por só fazer o que se reza.

Eu sou atriz de cinema
da vida dos outros
Apipema,
banhada de ouro,
que só brilha
com dor escorrida
choro sem vida
engasgo de touro.

19 de julho de 2016

Volta do coração II

Estou soprando ilusões
nuvens carregadas,
asma.
Estou arrotando emoções
corpo inteiro,
cheio.
Estou vomitando paixões
pés aterrados,
descalço.

Estou recepcionando corações.

19 de julho de 2016

Volta do Coração I

Quantos dedos tem minha boca?
Duas mãos e uma voz rouca,
um emaranhado parado
3 cinzeiros e nenhuma roupa
4 rodadas e vinte saias pregadas
caídas no chão.

tantos amores fardados
tantos encontros achados
tantos olhares cruzados
tantas memórias, tem não.

vários cascos de cerveja
dois licores de vinagreira
uma cachaça sobre a mesa
e uma catuaba na mão.

Duas mãos perdidas
girando a saia da vida
rodando no barro, ferida
sorrindo a volta do coração.

19 de julho de 2016

domingo, 10 de julho de 2016

Flor

E me cobriram de flor
como se houvesse me dado sorte.
Me colocaram flor no nome,
me nomearam as flores da morte.

                                   24 de agosto de 2014

quarta-feira, 20 de abril de 2016

No olho da marcha.

No meio da marcha
na luta, inteiro.
Teu olho que brilhava no canto
foi pro meio e veio
O meu, o seu, sei lá.
Já que cruzou, deixa lá.
Vamos dançar, brincar, cansar, sentar, sei lá
Quem sabe as coisas melhoram com nosso olhar.
Quem sabe a gente se alimenta
E volta a andar.
E mata aquela sede de amor,
indo lutar.
Mas foi o jeito sorrir da nossa dança
E aceitar que havia com quem marchar,
e espelhar no povo a esperança
de um mundo que há de ver chegar.
Esperei tanto que quase fiquei sem rumo.
Andei um monte e não vi olho brilhar.
No fim dos votos, brilhou como um relâmpago.
Agora o brilho é de bicho indo caçar.

E nossa força subiu com aquele manto
aquela hora sabia porque lutar.
E tive sede de amar por todo canto
junto a bandeira que fez 'nois se juntá'.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Vai indo, murcha, vai indo, vai.

Vai indo você perde um pouco
Perde um pouco o jeito
um pouco a vida
perde até o balanço que inclina.
Insatisfeitos, a farão perder mais.
Perder o gosto, o gozo,
insatisfeitos te farão de estorvo.
E você vai,
perde o braço, perde o tato
e começa a conversar de lado,
olhando pra baixo.
Quando você vê, sumiu.
E aí...
é só Jah no comando,
a cabeça relaxando,
os doces adoçando,
pra ver se volta a dançar.
Mas, vão dizer que a dança não é sua,
que a casa não é sua,
que esse jeito não é seu
e que tudo que você virou,
em nada, você escolheu.
E aí, vão mentir,
vão começar a pesar.
E me forçarão a dizer,
que aqui, as feridas a mostra,
só saram se começo a dançar.
Rodar, rodar, rodar
até afastar.
A dor passa, a ferida seca
e as águas que passam leva.
Água doce, escura.
E é tanto ferro, que ajuda a adiantar a cura.
Então você mergulha,
que é no momento a única sensação
que lhe faz um passo voltar,
e andar...
É noite.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Ao Novo Amor

De hoje em diante
Não mais farei
o amor mercantilizado
aquele amor rebaixado
de gritos contidos por gemidos
todos alimentando os sentidos
sempre tão fardos de egocentrismo
Entrismo diminuído por fim
será a última noite em mim.
Noite dos desgraçados
dos calores enclausurados
dos amores xinfrins
Quero meus sabores desmascarados
Meu corpo presente no ato
Como há tempos não se viu
Como a quantas não a ouviu
nem mesmo falar de mim.
Dou início ao gosto novo!

22 de janeiro de 2016

geração sensacional

As aparentes notícias revelam algo da gente,
tentaram contar mentira
rimos freneticamente.
As aparências revelam, algo de sensacional
que cada dia é um gesto
o acaso é um manifesto
e eu me perco no verso
que sempre tem um final.
Banheiro, cama, coxixo, sempre no pé do ouvido,
cabelo embrulhando o fato
de termos nos consumido.
Bandeira branca, o pedido
uns consideram, perigo.
Cantando assim dos dois lados,
parece até ato falho, pra dormir logo agarrado
cabelos entrelaçados, mas eu não sei se cê sabe,
a vida é dos chapado

13 de fevereiro de 2016