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quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Livro Aberto.

Tudo em mim é decifrável
Nada em mim tem um limite
Esfinge,em mim, nem vive.
Um poder despudorado
Vem de vez, me kahlo
Raso, me deito e fim.
Quando chega, chega bravo
sobe, trava, fuloro o raio
solta os ventos pede um sim.
Me decifram sem um medo
Oxum deságua meus segredos
O corpo nu não mata afim.

Deve ser dengo.

Não eram seus olhos que me convenciam
Era a temperatura de seu corpo,
de suas mãos.
Sinto que sua temperatura muda
Mas sinto também a sua fuga
Quando chega muito perto de mim.
Sinto suas mãos meio agudas
Passando por minha nuca
banhando todo meu dengo
me deixando assim
Me fazendo mole,
esvaziando a mente
me trazendo sorte
Me deixando sempre.

                                               14/10/2014

p/ Elenzita

Vez em quando.

Ela corroía, me amedrontava
Vez em quando vinha
Vez em quando nada

Quando ela não vinha
De longe gritava
Balançava os ventos
Me estremecia a alma

Vinha já correndo
Lambusando tudo
Me matando em mundo
Vinha me comendo

Eu já corroída, já não recuava
Vez em quando ia
Vez em quando olhava.

            16/10/2014

p/ Mamá.

Tardes

Tu vinha devorando a alma
Me tocando o corpo
Sem resultar a área
Me somando o gosto
Dividindo o estorvo
Subtraindo a carne
Multiplicando o gozo

Eu ia mastigando os versos
Sussurrando as frases
Não ficava perto
Te escrevia um filme
Editava em partes
Ilustrava em livros
E gozava as tardes

               16/10/2014

p/ Maria
p/ Joana

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Brincava.

Por dentro ela dava choque
Mergulhava no rio sem porte
Banhava pra mim o seu norte
Caída na pedra, molhava o chão

Seu nu, atrevido
Descia por meu umbigo
Escorria por minha garganta
Me arranhava, a santa

Subia por minhas coxas
Me segurava, calava minha boca
Desprendia as pernas das minhas
Derretia minha mente a toa

Vestia sua roupa por nada
Andava, já na sala tirava a saia
Se bulia, sorria
Brincava e de novo vestia

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Um filho de Oxóssi.

Essa conta de Oxóssi me rendeu um belo caso
Me esvaziou o frasco
Me cheirou o corpo são

Espremeu até o talo
Os espinhos encravados
Tirou pétala por pétala, quebrou o talo rosa,
em mim, Vulcão.

Me embaraçou os corpos
Em uma dança esquisita
Emaranhou todos os nós
Tentei sumir,
              segurou-me a vista.