"Essa tal de globalização, que eu nunca nem ouvi falá,
ontem vi na televisão, o jornal avisando num bom falar
Achei um pouco estranho, mas, resolvi acreditá...
Só que veio o intervalo, mostrando umas coisa estranha,
a fazenda e os fazendeiros, tudo com suas terra de herança,
filmando as grama verde, e os gado tudo bonito.
Filmaram até os fazendeiro andando, e todos eles sorrindo.
No fim daquele intervalo, é que eu fui de verdade oiá,
que aquelas terra plantada, meus filho que foram semear.
Voltô o jornal da Globo, e o tal do Bonner falô,
que esse tal do agronegócio, é bom pro trabaiadô...
Nessa hora abriram a porta, e o jornal logo acabou.
Meus filho entraro virado, retado com a cara "do sinhor"
Perguntei aflita, o que era, e logo, um deles contô:
- Eu tava voltando pra casa, mainha,
e o diaxo da fome atacou,
passei o dia todo, trabaiando
pra poder descansar, o tal "do sinhor".
Como a fome tinha me atacado,
e cana lá tinha de bucado,
me abaixei ainda cansado
e da cana, peguei um punhado.
Mas, logo saio do mato,
paricendo um alarme soado,
os fazendeiro, em forma...
De capitão do mato.
Me deu uma surra daquelas,
porque a cana eu tinha chupado.
Disse que não era minha,
e que eu tinha era roubado.
Como é que eu tinha roubado o que eu mermo tinha plantado?
Enquanto meu filho falava, do tal jornal eu lembrava.
Como é que eu fui acreditar, no que o tal do Bonner falava?
Naquela vida bonita, de fazenda e fazendeiro.
Aquilo ali é iludir o povo, é traição com o povo todo brasileiro".
2 agosto de 2015
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