"Desce pelas minhas pernas agora
o sangue ignorado pelo estado.
Derrama em meu rosto o sangue,
que só hoje é sangue maquiado.
Quisera que esses corpos
Fossem todos de mentira.
Quisera que essas mulheres
nunca tivessem sido agredidas.
Quisera que o mundo
fosse um pouco mais tranquilo,
e que as pessoas parassem de olhar o próprio umbigo.
Uma Duas Três,
será que vão esperar
sermos violentadas outra vez.
Quatro Cinco Seis,
Não deu pra perceber?
Precisamos da ajuda de todos vocês.
O que busco tem nome,
o que construo tem sobrenome,
o feminismo aqui é popular,
são mulheres que ousam lutar,
e vamos sim, nos auto organizar.
E ao que faz os homens
usarem o sistema patriarcal.
Com uma mão eu bato neles
mas sei para onde gira o meu tiro final.
Uma Duas Três
10 20 30
Nós somos todas mulheres,
mulheres clandestinas.
Estão nos violentando e vão continuar,
dissemos, ou sigam conosco
ou vamos sim, atropelar ".
Eu vou te meter mão como ninguém nunca te fez
Eu vou te estraçalhar com minha rima, seu burguês
Não vai ser só com rima
Que eu vou passar por cima
Vai ser tiro de arma e faca
vai ser de fuzil pra cima.
Inclina
seu corpo, olha só que desgosto
Terno fino, alfaiate, e dinheiro no bolso.
Cordão no pescoço. "-É de ouro ou de aço?"
Olha só, é de ouro, feito com meu bagaço
O espaço
que venho a lei é diferente.
Se arrancaram nossos olhos
Agora é dente por dente (agora é sangue no dente)
Cerca o pente, tira o terno, tira seus engravatado.
Quero ver como se sente em nossa frente
pelado.
Sem seu terninho caro
sem a chave do seu carro.
Quero ver olhar pra gente e não ter medo do explorado.
Reparo
Olha só essa cara amassada
Aqui são 500 anos só de classe explorada.
outubro de 2015
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