[poema de GEILSON DE ANDRADE]
Se engana, quem pensa que ela recita por fama
Sua voz corta como navalha (palavras que fala)
Não deixa cair um piscar de pestana
Retruca, explica nos mínimos detalhes, reclama!
Roda feito vento, gira feito dama
Se engana quem pensa que ela recita por fama
Meu corpo estremece, minha mente questiona
Palavras que corta que fala ao meu ego masculino, PARA!
Se toca, menino.
Não tem desculpas e nem argumentos
está tudo lido nas palmas
das mãos que cortam e das mãos cortadas
A saga dessa cigana tem corpo e tem alma
Concreta e abstrata a guerra já foi declarada
e ela está armada até a boca, de raiva
Na mão, um facão ameaça cortar o falo do reaça
Eu não tenho medo, tenho máximo respeito
Essa moça tem raça, tem meta, tem graça
Vem das águas, vem das matas, perfuma e exala.
Ela é transatlântica é a saga é a cigana
É o machado, a foice e a navalha que inflama.
Tem cheiro de Rosa, tem rosto de Rosa, sorriso de Rosa.
E seus olhos brilham, feito lâmina, onde o ódio se derrama
Mas, certamente ela ama.
Só que ninguém A manda ninguém A manda ninguém A manda
Nessa saga cigana.
fevereiro de 2018
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